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Câncer do colo do útero: prevenção existe, mas ainda não chega a todas as mulheres

O dia 17 de novembro marca um ponto de atenção no calendário da saúde: é um lembrete estratégico sobre o enfrentamento de um dos tipos de câncer mais preveníveis e, ainda assim, persistentes entre as mulheres brasileiras. O Dia de Ação para a Eliminação do Câncer do Colo do Útero reforça a urgência de ampliar o acesso à informação, ao rastreamento e à vacinação, três pilares capazes de reduzir drasticamente a incidência da doença.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer do colo do útero é o terceiro mais frequente entre mulheres no país. A boa notícia é que a doença tem altas taxas de prevenção e cura quando identificada precocemente. O desafio está em garantir que essas ferramentas cheguem a todas.

A ampliação da cobertura vacinal contra o HPV, disponível gratuitamente no SUS para meninas e meninos, é um dos caminhos mais eficazes para interromper o ciclo de transmissão do vírus e, consequentemente, diminuir a taxa de casos de câncer do colo do útero. Entretanto, a hesitação vacinal e a desinformação ainda criam barreiras para que essa proteção alcance toda a população-alvo.

O rastreamento regular também é fundamental. O exame preventivo (Papanicolau) permite detectar alterações antes mesmo de se tornarem câncer, mas muitas mulheres encontram obstáculos como dificuldade de acesso aos serviços de saúde, tabus e falta de orientação adequada. Especialistas reforçam que o exame é indicado para mulheres de 25 a 64 anos, preferencialmente a cada três anos após dois resultados anuais consecutivos normais.

Luta contra desigualdades

A eliminação do câncer do colo do útero é uma meta global liderada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda que os países aumentem a vacinação, qualifiquem o rastreamento e melhorem o acesso ao tratamento. O Brasil tem potencial para avançar nesses três eixos, mas precisa de mobilização contínua, tanto das instituições de saúde quanto da sociedade.

Falar sobre o tema significa enfrentar desigualdades. As maiores taxas de incidência e mortalidade estão nas regiões com menor acesso à informação e serviços de saúde, o que reforça a necessidade de políticas públicas que reduzam essas distâncias.

O Brasil tem capacidade técnica e estrutura para reduzir drasticamente os casos da doença, mas precisa enfrentar as desigualdades que deixam parte da população de fora do cuidado.

Para chegar lá, é necessário fortalecer políticas de prevenção, ampliar a busca ativa e combater a desinformação sobre a vacina e o exame. Quanto mais cedo essas ações forem consolidadas, mais próximo o país estará de mudar esse cenário.

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