Aleitamento materno: um diálogo necessário

Em abril de 2017, foi lançada a campanha Agosto Dourado, com a missão de incentivar, apoiar e reforçar a importância do aleitamento materno. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente mais de 820 mil mortes de crianças poderiam ser evitadas se tivessem recebido amamentação adequada. A universalização do aleitamento materno não apenas salvaria essas vidas, mas também resultaria em uma economia global de cerca de 300 bilhões de dólares, evidenciando os benefícios sociais e econômicos dessa prática.

Um dos mitos mais comuns relacionados ao aleitamento materno é a ideia de que existem “leites fortes” e “leites fracos”. Essa concepção errônea gera insegurança em muitas mães, especialmente nas de primeira viagem. É fundamental esclarecer que, independentemente da condição nutricional da mãe, a qualidade do leite materno se mantém alta, garantindo que o bebê receba todos os nutrientes essenciais para um desenvolvimento saudável.
 

Desafios do aleitamento

 

A diminuição das taxas de aleitamento materno pode ser atribuída a diversos fatores. Questões psicológicas, complicações médicas e desconfortos durante a amamentação, como dificuldades na pega do bebê, a demora na descida do leite (apojadura) e mamilos invertidos, estão entre as principais causas. Além disso, a rotina de trabalho e a ausência de uma rede de apoio efetiva contribuem para que muitas mães deixem de amamentar.

Em 2024, o relatório do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) revelou que a taxa de aleitamento exclusivo entre crianças menores de seis meses atingiu apenas 45,8%. Esse número é preocupante, pois está aquém da meta de 70% estabelecida pela Agenda 2030 da OMS. Portanto, o incentivo à amamentação exclusiva deve ser tratado com seriedade e consistência, visando aumentar os índices de aleitamento materno e garantir saúde desde os primeiros dias de vida do bebê, refletindo positivamente em sua vida adulta.
 

Amparo legal – proteção para as mães e os bebês

 

É importante ressaltar que as mães que trabalham fora do ambiente doméstico têm respaldo legal. O artigo 396 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) garante o direito a duas pausas de 30 minutos durante a jornada de trabalho, sem descontos salariais, para amamentar até que o bebê complete seis meses. Essa medida é crucial para que as mães possam conciliar suas responsabilidades profissionais com a amamentação.

Para saber mais sobre os benefícios da amamentação, confira a matéria completa da Postal Saúde

Fontes: Ministério da Saúde, WABA e OMS.

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