


Celebrado anualmente no segundo sábado de outubro, o Dia Mundial de Cuidados Paliativos (World Hospice and Palliative Care Day) é um convite à reflexão sobre uma dimensão essencial, mas ainda pouco compreendida, da atenção à saúde: o cuidado que prioriza a qualidade de vida e o conforto do paciente diante de doenças graves, progressivas ou que ameaçam a vida.
Neste ano, a data será lembrada em 11 de outubro, sob o tema “Cumprir a promessa: acesso universal aos cuidados paliativos”, proposto pela Worldwide Hospice Palliative Care Alliance (WHPCA). A campanha reforça o compromisso global de garantir que todas as pessoas, independentemente de onde vivem, tenham acesso a esse tipo de cuidado, um direito humano reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Mais do que uma etapa final do tratamento, os cuidados paliativos são uma abordagem de atenção integral que busca aliviar o sofrimento físico, emocional, social e espiritual de pacientes e familiares. Eles podem – e devem – ser iniciados desde o diagnóstico de uma doença grave, coexistindo com terapias curativas ou de controle.
Na prática, isso significa escuta ativa, controle da dor, apoio psicológico e decisões compartilhadas. O objetivo é assegurar dignidade, autonomia e conforto, reconhecendo que cada paciente é mais do que o seu diagnóstico.
O avanço da medicina ampliou a expectativa de vida, mas também trouxe novos desafios. Segundo estimativas da OMS, apenas 14% das pessoas que precisam de cuidados paliativos no mundo têm acesso a eles. No Brasil, embora existam iniciativas de referência e crescimento da formação de profissionais na área, a oferta ainda é desigual e concentrada nos grandes centros.
Falar sobre cuidados paliativos é falar sobre humanização. É garantir que o paciente tenha voz, que suas dores sejam acolhidas e que suas escolhas sejam respeitadas.
A consolidação dos cuidados paliativos depende da integração dessa prática nas redes de atenção, tanto pública quanto suplementar. A abordagem paliativa é transversal: pode estar presente na atenção domiciliar, em ambulatórios, hospitais, unidades de terapia intensiva e serviços de reabilitação.
Nas operadoras de autogestão e planos de saúde, fortalecer políticas de cuidado paliativo significa qualificar o atendimento, evitar internações desnecessárias e promover uma experiência mais humana para pacientes e familiares.
O Dia Mundial também é um lembrete para os profissionais de saúde: o cuidado começa por quem o oferece. Médicos, enfermeiros, psicólogos e cuidadores que atuam com pacientes em sofrimento enfrentam alta carga emocional e devem receber suporte, capacitação e espaços de escuta.
O desafio de ampliar o acesso aos cuidados paliativos é também um chamado à responsabilidade compartilhada. Governos, instituições, profissionais e sociedade civil têm papel essencial na construção de políticas e práticas que coloquem a pessoa no centro do cuidado.
No Dia Mundial de Cuidados Paliativos, a mensagem é simples e poderosa: cuidar é aliviar o sofrimento, respeitar a história e valorizar a vida em todas as suas fases.
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